lombas


Por mais que o avisassem, ele tinha de experimentar. A sua curiosidade era maior que ele, e não sabia se conseguiria voltar atrás, mas não estava pronto para avançar.
As suas emoções começavam a transparecer e ela soube que ele estava a passar por um turbilhão de sentimentos, duvidas e novas experiências.
Já tinha presenciado histórias e histórias semelhantes, e, no fundo, sabia que era um erro. Mas não era justo, também ele queria desfrutar dessa sensação tão errada e ao mesmo tempo tão tentadora.
Tinha aprendido os pecados mortais e sempre os tivera em consideração, lutando contra eles todos os dias. No entanto, agora não lhe pareciam interessar.
Sabia que o que estava a fazer era um misto de gula e ganância, mas nenhuma das duas palavras encaixava realmente no momento e talvez por isso não se conseguisse decidir.
Por um lado, não iria conseguir viver com aquele peso na consciência, com aquela lomba no seu virtuoso percurso, e isso iria impedi-lo ser feliz. Não estava certo, porem, de que seria feliz se não arriscasse e temia que o momento o assombrasse para o resto da sua vida.
Os exemplos a que assistira no passada nada mais eram do que linhas rasuradas em folhas perfeitamente escritas num livro que não lhe pertencia, duma historia que não era a sua. Nenhuma linha rasurada alheia era considerada válida para ele.

*

O momento chegara sem ele se ter apercebido. Era agora ou nunca, abdicaria da sua integridade por uma felicidade passageira e um prazer desmedido?

                                    

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